// Um fotógrafo de luz e sombra
Por Emiliana Carvalho
Um fotógrafo que está à procura do entendimento das pessoas e do mundo, assim se revela Jean Santos, um jovem artista que começa a despontar no universo da arte fotográfica. Nascido em São Paulo, Jean Santos sente-se inspirado a fotografar a região onde reside atualmente. O fotógrafo adotou Missão do Sahy, povoado localizado próximo ao município de Senhor do Bonfim, Bahia, como cenário para sua arte.
A mostra “Luzes de Sombras” apresenta dez quadros que, segundo o fotógrafo, são uma síntese de imagens que abrange desde seus primeiros ensaios até os mais recentes. Em entrevista, Jean Santos conta mais detalhadamente como a fotografia entrou em sua vida e sua relação com ela.
Como surgiu a fotografia em sua vida
Jean Santos - Eu sempre fui apaixonado por fotografia, especialmente em preto e branco, até o momento em que me deparei com uma imagem do fotógrafo Marcos Cesário publicada no jornal bonfinense O Lampião. Na época, estava pensando em colocar o anúncio de um espetáculo que iria realizar em Missão do Sahy. Quando me deparei com aquela imagem fiquei louco! E disse a mim mesmo: “Tenho que conhecer esse fotógrafo!”. Até então meu interesse pela fotografia se resumia à publicidade e não à arte. Depois que vi a fotografia de Cesário, percebi que ela poderia se relacionar com a arte e a poesia. Então, no dia do espetáculo, Marcos apareceu por lá, e meio tímido, me aproximei dele e perguntei o seguinte: “como se faz para fotografar?”. Perguntei também se ele me ensinaria e, Cesário respondeu que não daria porque nem ele mesmo sabia; que a beleza não se ensina, mas que poderia conversar comigo sobre fotografia e arte. Desse dia em diante surgiu entre nós uma grande amizade.
Me fale um pouco sobre o estilo da sua fotografia.
Jean Santos – Até um tempo atrás minhas imagens eram em cor, mas eu decidi fotografar apenas em preto e branco.
O que você costuma fotografar?
Jean Santos – Pessoas. Mas minha tendência agora é fotografar objetos, lugares sem a presença de pessoas, mas quando fotografo pessoas, retrato as sombras. Foi a partir daí que surgiu o nome da exposição, Luzes de Sombras, algo que está ali e não pode ser visto. Algo para transver.
O que você procura dizer com suas imagens?
Jean Santos – Nem eu mesmo sei. É uma procura do ver e entender as pessoas e o mundo. Acho que minha fotografia leva a isso. É como se eu estivesse convidando as pessoas a procurar comigo também. Talvez, se eu não achar o outro encontra.
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